O Beach Park realizou, durante toda a semana de 4 a 8 de novembro, a 4ª Jornada Sustentável, evento voltado para a educação ambiental e promoção da sustentabilidade. Com uma programação diversificada que reuniu especialistas, estudantes, ONGs e associações dedicadas ao meio ambiente, a Jornada foi uma oportunidade única para fomentar o conhecimento científico, intercambiar […]
O Beach Park realizou, durante toda a semana de 4 a 8 de novembro, a 4ª Jornada Sustentável, evento voltado para a educação ambiental e promoção da sustentabilidade. Com uma programação diversificada que reuniu especialistas, estudantes, ONGs e associações dedicadas ao meio ambiente, a Jornada foi uma oportunidade única para fomentar o conhecimento científico, intercambiar ideias e promover a conservação da biodiversidade brasileira.
A semana começou com uma visita exclusiva ao Parque Arvorar, novo empreendimento do Beach Park que será inaugurado em breve. Este parque temático, voltado para a educação ambiental e conservação da biodiversidade brasileira, foi desenvolvido com o propósito de inspirar e sensibilizar os visitantes para a importância da conservação ambiental. Segundo a gerente de Sustentabilidade do Beach Park, Raíssa Bissol, o Arvorar será um centro de aprendizado e conscientização, possibilitando que as pessoas se conectem com a natureza e compreendam a importância de conservar os ecossistemas brasileiros.
No segundo dia da Jornada, a programação prosseguiu no espaço Azul do Mar, com uma série de palestras e painéis com o tema “Reabilitar, Refaunar e Conservar – Ações do Presente para o Futuro”. Com especialistas de renome nacional, o evento trouxe discussões aprofundadas sobre práticas e desafios enfrentados por quem está na linha de frente da conservação ambiental.
Entre os palestrantes, estavam Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul, reconhecida mundialmente por seu trabalho de preservação da arara-azul e seu lugar no Hall da Fama da ONU Mulheres; Vanessa Kanaan, presidente do Instituto Fauna Brasil; e Marcelo Rheingantz, diretor executivo do Refauna Brasil. Vanessa e Marcelo compartilharam suas experiências e falaram sobre a importância do monitoramento e engajamento das comunidades para o sucesso dos projetos de reabilitação e reintrodução de espécies na natureza.
“Sem o engajamento da comunidade, nenhum projeto de soltura é bem-sucedido”, enfatizou Vanessa.
Durante a manhã de palestras, foi lançado o Edital Arvorar, uma iniciativa do Beach Park que visa financiar projetos de reabilitação da fauna silvestre no Ceará. O edital foi criado para apoiar iniciativas que busquem aprimorar as técnicas de reabilitação e soltura de animais silvestres em cativeiro ou que foram privados de liberdade. Com valores entre R$ 20 mil e R$ 100 mil por projeto, o edital tem o objetivo de fortalecer e expandir as ações de conservação ambiental no estado do Ceará.
O destaque do evento foi o Projeto Refauna Arvorar, desenvolvido pelo Beach Park em parceria com as ONGs Associação Caatinga e Aquasis. Este projeto se dedica ao repovoamento de aves nativas do Ceará ameaçadas de extinção, como a Jandaia-verdadeira (Aratinga jandaya) e o Periquito Cara-Suja (Pyrrhura griseipectus). A gerente do Parque Arvorar, Leanne Soares, destacou a importância e o valor sentimental do projeto, que representa um sonho em comum de todos os envolvidos. “Esse projeto é o coração do Arvorar e foi pensado com esse foco. A gente sempre pensa em poder fazer mais e trabalhar a conservação de forma mais ampla”, afirmou Leanne.
Outro momento marcante da Jornada foi a roda de debates “Educação para conservação”, conduzida por Camila Martins, bióloga e fundadora da Em.prática – Consultoria em Projetos Educacionais, e Romana Aguiar, coordenadora de Educação Ambiental do Parque Arvorar. Ambas enfatizaram a importância de tornar a educação ambiental acessível para todos os públicos e de promover uma conexão emocional com a natureza. Camila destacou a necessidade de engajar não apenas pesquisadores, mas toda a comunidade, especialmente crianças, adultos e jovens. “Não basta falarmos para nós mesmos; temos que falar para todos os públicos. Precisamos envolver crianças, adultos e a comunidade como um todo”, ressaltou Camila.
Para Romana, o plano pedagógico do Arvorar foi pensado para ser interdisciplinar e permitir que públicos diversos se conectem com a natureza. “Inspirar para conservar é a missão do Arvorar. Quando falamos de inspirar, falamos de algo que é subjetivo, mas conservar é algo concreto. No conservar, o que está no campo das ideias se materializa para a execução”, pontuou Romana.
Além dos projetos locais, a Jornada contou com a participação de Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul, que relatou sua trajetória e os desafios enfrentados na preservação da arara-azul, que em 2014 foi retirada da lista de espécies ameaçadas, um feito histórico para a conservação. No entanto, Neiva alertou para os riscos contínuos enfrentados pelas araras, como as mudanças climáticas, queimadas e a escassez de financiamento.
Vanessa Kanaan e Weber Girão, coordenador do Projeto Soldadinho do Araripe, também apresentaram suas experiências com espécies em reabilitação, como papagaios-de-peito-roxo e bugios-ruivos, discutindo os desafios da reintrodução de animais e a importância do monitoramento para assegurar o sucesso do processo de soltura. Eles reforçaram que sem o suporte da comunidade, nenhum projeto de soltura pode prosperar.
Marcelo Rheingantz trouxe à tona a Síndrome das Florestas Vazias e a crise da biodiversidade, destacando os esforços do Refauna Brasil para restaurar interações ecológicas por meio da reintrodução de vertebrados em remanescentes da Mata Atlântica. Marcelo explicou que a ausência de fauna compromete o ecossistema florestal.
“Uma floresta vazia é uma floresta condenada. Ela pode parecer verde, mas sem dispersores de sementes, muitas espécies de árvores estão fadadas a desaparecer”, enfatizou Marcelo.
Entre os dias 6 e 8 de novembro, os participantes estiveram na Reserva Natural Serra das Almas, em Crateús, onde puderam conhecer de perto as etapas do Projeto Refauna Arvorar. A reserva, gerida pela Associação Caatinga, abriga uma área de grande importância para o projeto, pois será o local de reintrodução de aves nativas como parte dos esforços de preservação. A programação incluiu uma caminhada de observação de aves, o Passarinhar Serra das Almas, proporcionando aos participantes uma verdadeira imersão na biodiversidade da região.
Para celebrar o encerramento da Jornada, nesta sexta-feira (8), estudantes de escolas públicas de Porto das Dunas, em Aquiraz, foram convidados a visitar o Pátio de Compostagem do Beach Park e conhecer o projeto “Mãos à Horta”. Durante a visita, as crianças e jovens aprenderam sobre cultivo orgânico, compostagem, reciclagem e a importância de uma alimentação saudável e sustentável. Além de servir como um recurso educativo, a horta também fornece alimentos frescos para os colaboradores do Beach Park.
“As atividades promovem não só a educação ambiental, mas também o fortalecimento da cooperação e responsabilidade social entre os alunos”, destaca Raíssa Bissol.
A 4ª Jornada Sustentável foi realizada com o apoio de marcas como Solar Coca-Cola, Love Nuts e Renováre Planejados, que, junto ao Beach Park, reafirmaram o compromisso com práticas socioambientais responsáveis. Raíssa Bissol concluiu enfatizando a missão da Jornada: “A sustentabilidade é possível e acessível para todos. Juntos, podemos construir um futuro mais verde e próspero.”
Com esta edição da Jornada Sustentável, o Beach Park fortalece sua posição como um defensor da educação ambiental e da preservação dos recursos naturais. O evento é um passo importante para inspirar e engajar a comunidade, promovendo ações concretas de sustentabilidade e proteção da biodiversidade brasileira.